sábado, 5 de fevereiro de 2011

Verão I e II

Bom, leitores inexistentes, eu há um tempo escrevo um romance, que estou com vergonha de dizer o nome hahahaha vai ser surpresa quando for publicado! como tudo na minha vida, tem a ver com amor. espero que alguém goste =) os capítulos serão as 4 estações, cada estação vai ter subdivisões. aqui são as 2 primeiras da primeira estação, Verão.


Verão
I
"Meu amor,
Sei que agora pode ser tarde demais, mas depois que você sofreu esse acidente tenho pensado mais na minha vida, na nossa vida e na falta que você faz.
Em nossos poucos anos de casamento, estive ocupada demais pra receber teu amor ou te entregar o meu, e agora analiso como alguém que vê a situação de fora e reconheço teu esforço em estar sempre ao meu lado e demonstrar teus sentimentos.
Nem sei porquê escrevo isso, se você pudesse me ver, me chamaria de 'louquinha' e correria seus dedos pelos meus cabelos, como sempre fazia... sempre pensei que seria um eufemismo para não jogar minha tolice na cara, mas agora considero a possibilidade da sua sinceridade. E meu coração chora. Porque precisamos estar na iminência de perder algo para só então compreender que tudo poderia ter sido diferente.
A experiência é realmente um pente que a vida dá quando já não se tem cabelos, já não se pode mudar o que aconteceu, mesmo que se tenha aprendido que estava errado."
II
" Quando me contaram o que aconteceu, não pude conter as lágrimas, como fiz nesses últimos anos.
Eu estava cuidando das roseiras, quando minha mãe se aproximou com um misto de pesar e urgência.
- Filha, nós precisamos ir para o hospital...
- O que foi, mãe? O papai está bem?
- Sim, teu pai está bem... O Solano sofreu um acidente... - prosseguiu hesitante
- O que? - eu estava atônita, querendo saber mais detalhes e com um terrível medo dos tais detalhes
- Parece que um caminhoneiro bêbado bateu no carro dele...
- Um caminhão, meu Deus! - irrompi em lágrimas, imaginando a cena, como se pudesse ter te colocado dentro de uma redoma que te deixasse invulnerável
- Calma, Lu. O caminhão passou de raspão, poderia ter sido muito pior - mamãe pôs a mão em meu ombro e me olhou como se quisesse me por em seu colo - Quando a ambulância apanhou o Solano, ele teve alguns instantes de consciência e ele chamava o seu nome.
Podia até te ouvir dizendo baixinho "Luna, Luna". Como você pôde dizer meu nome, pensar em mim num momento como esse? Você... sempre pensando em mim primeiro. Talvez nos momentos de aflição eu fosse o seu consolo, a sua esperança, e me desculpe por não ter percebido isso antes.
De qualquer maneira, eu vim pro hospital assim que achei alguma força em mim pra aguentar impassível o que viria. Isso já faz um mês, ainda estamos no verão e eu sinto falta da sua voz.
Tenho ficado aqui com você todos os dias, do anoitecer ao nascer do sol, na parte da manhã e tarde sua mãe e seu pai estão revezando na vigília do seu corpo tão inerte.
Lembra das aulas de física? Nunca entendi física muito bem, mas lembro que diziam que os corpos tem uma energia guardada, que com um estímulo transformava a inércia em movimento. É assim que me sinto em relação a você, e beijo suas mãos e afago seus cabelos esperando que essa energia dentro de você possa transbordar, mas olho em seus olhos, fechados, sem resposta"


Continua =)

3 comentários:

  1. OMG ISSO É MUITO MUITO MUITO BOM! Quando vai sair a publicação? Você mesma vai publicar ou vai atrás de alguma editora? Tem algum lugar onde eu posso continuar lendo? Obrigado.

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  2. AAAAAAAAAAAAAAAAA já conhecia XD , inclusive eu tenho aqui no pc salvo ainda XD, estou esperando acontinuação (2)

    /história triste ):
    /aperto no coração ):

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